Delírios, Reflexões e Ilusões Verborrágicas


carta sem remetente
maio 15, 2009, 9:06 pm
Filed under: Delírios, Surtos, Trechos | Tags: , , , ,

I

Deves estar cansado dessa calma e dessa escravidão; pelo menos, é o que penso eu. Não sabes de onde vem essa paz interior, que gostarias por vezes que se rompesse e deixasse transbordar algum sentimento intenso e irascível. Nem eu o sei como arranjaste essa serenidade budista tão repentinamente. Agora estás preso a ela, e não sabes livrar-te dessas amarras.

Contam-me que te sentes cada vez mais preso, atado, de movimentos cada vez mais limitados. Não sei como te consolar, o que dizer a alguém que a cada dia se sente mais tolhido por algo que não compreende. Às vezes penso que essa tua serenidade não é calma – é desespero, a agonia de quem se perde aos poucos. Eles te olham e o olhar deles te atravessa, porque eles não param para te ver.

Sonhas sonhos apocalípticos e surrealistas que ninguém entende. Salvador Dalí te invejaria; é uma pena que não possua a capacidade de organizá-los e colocá-los na tela como tua irmã. Tua inquietação atrás dessa calmaria me é patente, mas eles olham e não te compreendem. Será que eu te vejo? Meu ritmo ainda acompanha o teu?

Todo esse teu combustível me parece infinito, e és maior que a vida, honestamente. Eles não percebem, mas chegarás mais longe que qualquer um dos teus amigos, talvez até mesmo de mim. Eles te encaixam em categorias, em quadradinhos, e nada disso importa. Deves estar cansado dessa vida e dessas companhias; pelo menos, é o que penso eu.


5 Comentários so far
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um belo texto. eu adorei mesmo.
beijos, Mah :*

Comentário por Luma

Oh, gostei muito o.ob

Comentário por Sophia

Ficou muito bom mesmo!

Comentário por Marcela

Mairutz… adorei!
Muito bom mesmo!

Comentário por Gabi Braga

goshtei mig!

Comentário por Gatinho_3cm




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